Pages

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Terminei de assistir Tokyo Magnitude 8.0, no final do episódio 9 ou em algum momento do episódio 10 recebemos uma triste ligação, então assisti o último episódio com muitas lágrimas, não por causa do anime em si, mas pela perda que acabara de ter. Não verei mais aqueles cabelos branquinhos, não receberei mais frutas quando for na casa da titia nem escutarei a tv no seu volume mais alto, pelo problema de audição dele. Não saberei das estórias ou histórias dele, dos acontecimentos passados, das  coisas como eram.
Hoje a noite mesmo eu estava preocupada com um idoso no ônibus por causa da velocidade em que o ônibus estava podendo o machucar, acabei puxando o sinal pra ele para ter certeza que ele desceria na parada certa e lembrei do meu vô, tive pensamentos positivos quanto ao meu vô que estava na UTI desde ontem.
98 anos, ele queria chegar aos 100, vô você foi longe, chegou a uma idade que nunca me atrevi a sonhar ter, não cheguei a te conhecer tão bem quanto deveria, fiquei com receio de te visitar nesses dias em que sua saúde não estava muito boa, me desculpe por isso, mas não tive coragem de te ver dodói assim como não tive coragem de ver meu outro vô no leito de morte dele, vocês são lembranças boas que quero manter na minha mente.  Do meu outro vô a ultima lembrança que tive foi dele sorrindo se despedindo de mim, do senhor eu lembro a ultima vez em que fui na casa da titia e conversamos, você se esforçou em vir até a cozinha, desculpa minha memória ser ruim, eu deveria ter pelo menos uma foto com você.
Vô, obrigada por ter existido, eu estou aqui hoje porque você e sua esposa (a vó) foram os responsáveis por colocar o papai no mundo.
Vô, obrigada por ser meu avô, espero ter gravado na minha memória pelo menos seus cabelos brancos, nunca te disse isso, mas te amo.
Desculpa ser tão falha, por não ter sido assídua em visitas, você gostava delas, perdão por nunca saber o que falar, vou tratar sempre bem aos idosos. Eu queria ser menos falha, mais próxima, não tão isolada como sou, então teríamos mais memórias.
Ah, acabo de lembrar de quando você ia para a mesma igreja que eu frequentava, sempre acendia a lanterna no meu rosto desde que eu era pequena, obrigada por iluminar meu rosto, obrigada por me iluminar do seu jeito, que o papai do céu cuide bem de você, te amo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário